Como as pragas agrícolas estão a ser geridas atualmente?

Os pesticidas químicos são frequentemente utilizados para o controlo de pragas na agricultura, embora o grau de dependência varie de país para país. Estes incluem inseticidas para as pragas de insetos, herbicidas para as ervas daninhas e fungicidas para os agentes patogénicos das plantas. Existem vários tipos de boas práticas agrícolas, como a rotação de culturas e os programas de gestão integrada de pragas, que oferecem abordagens destinadas a reduzir a dependência dos pesticidas. A produção biológica adota uma série de conceitos semelhantes, mas dispensa por completo a utilização de pesticidas sintéticos. Os métodos clássicos de biocontrolo, que implicam a disseminação de inimigos naturais, têm-se revelado promissores na redução dos danos causados por insetos invasores. A técnica dos insetos estéreis, que consiste na disseminação de pragas de insetos esterilizados por meio de radiação para reduzir o acasalamento produtivo e, assim, diminuir a dimensão da população de pragas, tem sido utilizada contra várias pragas agrícolas. Possivelmente esta técnica é a mais utilizada no caso da mosca Cochliomyia hominivorax e da mosca da fruta do Mediterrâneo. Além disso, o interesse por culturas agrícolas resultantes de processo de bioengenharia tem vindo a aumentar, como as que contêm um gene da bactéria do solo Bacillus thuringiensis que as torna resistentes aos insetos.

Não obstante, a Organização para a Alimentação e a Agricultura das Nações Unidas estima que entre 20 e 40 por cento da produção agrícola mundial é atingida por pragas todos os anos. A exposição extensiva a pesticidas sintéticos e orgânicos tem suscitado preocupações quanto aos seus efeitos adversos no meio-ambiente e na saúde humana, além de fomentar o aumento de resistência aos mesmos, exigindo a maior utilização e desenvolvimento contínuo de novas alternativas. A insegurança alimentar mundial é um desafio permanente, a qual as alterações climáticas tendem apenas a agravar.