É possível que a eliminação de uma espécie de mosquito possa levar a um aumento de outras espécies de mosquito na região?
Sim. A questão da substituição competitiva, ou substituição de nicho, é uma possibilidade que a Organização Mundial de Saúde e outros consideraram relevante para a avaliação de riscos. No entanto, existem dois aspetos importantes quando avaliamos a possibilidade dessa substituição causar danos. Primeiro, é preciso saber se isso pode mesmo acontecer. Segundo, é preciso entender se isso resultaria no aumento da transmissão de doenças. Por exemplo, existem indícios de uma substituição competitiva do Aedes aegypti pelo Aedes albopictus em locais onde a distribuição dessas espécies se sobrepõe. Contudo, acredita-se que o Aedes albopictus seja menos competente na transmissão de arbovírus (como a dengue) do que o Aedes aegypti. Sendo assim, é improvável que resulte num risco substancialmente maior de doença de forma geral. Um estudo aprofundado sobre os efeitos dos programas de controlo de vetores baseados em inseticidas, que tinham como alvo as espécies Anopheles em África, sugere que a redução do número de mosquitos Anopheles gambiae foi, por vezes, seguida de um aumento de outras espécies relacionadas no local. No entanto, estas outras espécies são menos eficientes na transmissão de malária.
Para mais informação:
http://www.who.int/publications/i/item/9789240025233
https://parasitesandvectors.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13071-021-04975-0
https://malariajournal.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12936-021-03674-6
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