Qual é a metodologia de teste por fases recomendada pela OMS para mosquitos geneticamente modificados?

Categories: Gene Drive Mosquitoes, Portuguese, Risk Analysis

A metodologia recomendada inclui quatro fases.

Fase 1 envolve estudos iniciais sobre a segurança e a eficácia, conduzidos em laboratório e em gaiolas que contêm um pequeno número de mosquitos. Todos estes estudos são realizados em ambientes fechados, com confinamento adequado, para evitar a fuga dos mosquitos modificados para o meio-ambiente. Se os mosquitos modificados demonstrarem as características biológicas e funcionais pretendidas, os testes podem então avançar.
A Fase 2 consiste na expansão dos testes confinados para condições de confinamento físico ou ecológico, com o objetivo de limitar o escape para o exterior dos mosquitos modificados, estudando-os em gaiolas de grande dimensão ao ar livre ou em contexto de isolamento geográfico/espacial/climático. Isto permitirá verificar se os mosquitos modificados continuam a apresentar as características esperadas, a fim de prever a capacidade de reduzir a transmissão de doenças. Dependendo dos resultados da Fase 2, os testes podem prosseguir para a Fase 3 de estudos adicionais.
A Fase 3 inclui testes de liberação em espaço aberto para avaliar a transmissão de doenças sob várias condições. Durante esta fase, a capacidade de reduzir a incidência ou a prevalência da infeção ou da doença pode ser medida diretamente. Se os testes da Fase 3 comprovarem que a eficácia e a segurança são satisfatórias, os reguladores e decisores políticos poderão ponderar o uso abrangente da ferramenta para fins de saúde pública.
A fase 4 implica a monitorização contínua da eficácia e da segurança da ferramenta de controlo de vetores em condições operacionais.
As fases 1 a 3 podem ter de ser repetidas para aprimorar a tecnologia e aperfeiçoar os procedimentos até serem alcançados os requisitos necessários para avançar à fase seguinte. Se a modificação genética for um impulso genético autossustentável que persista no meio-ambiente, a metodologia de teste por fases será, realisticamente, um processo contínuo e em expansão de liberações dos mosquitos.

A decisão de passar de uma fase de teste para a seguinte requer uma autorização regulatória adequada e o consentimento das comunidades onde os testes são efetuados.

Para mais informação:

https://www.who.int/publications/i/item/9789240025233

http://www.ajtmh.org/content/journals/10.4269/ajtmh.18-0083

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